Wednesday, June 1, 2005

spinning around

Vá-se lá entender certas coisas. Os franceses dizem “non” e fica tudo na mesma. Nem as bolsas caem nem o povo rejubila. E eu bem precisava de fazer uns investimentos.
É fácil amar-se esta manta de retalhos e não se desejar grandes progressos federalistas. Gosto desta visão periférica de suburbano a quem basta uma viagenzita de 2 horas para um banho de civilização. Para uma imersão desprendida no cadinho das culturas que fizeram o mundo. Gosto da diversidade enraizada nestes povos e das probabilidades de ser surpreendido quando os caracteres inovadores parecem ter migrado para outros continentes. Gosto também da sensação peculiar de aterrar em Lisboa e parecer que se acabou de entrar numa “película” sul-americana. Da binária excitação afrodisíaca da ida para paragens mais amenas e do regresso ao calor semi-tropical. Gosto do fatalismo irónico dos portugueses, do bairrismo expansionista dos espanhóis, do intelectualismo pretensioso dos franceses, do caos funcional dos italianos, da organização liderada dos alemães, da libertinagem controlada dos holandeses, do tradicionalismo cosmopolita dos britânicos e da tristeza poética dos irlandeses. Estamos bem assim. Semi-abertos ao mundo mas preservando identidades e costumes, sem edulcorantes e com conservantes q.b.. Às voltinhas no carrossel Terra. A orbitar ordeiramente o pai Sol. Perdidos na espiral da Via Láctea.

No comments: