Escuta-me. Não nos
perdemos. Isso já não é viável. Um dia, lá no passado, conheci um tipo chamado
Phil. Era um personagem rude, nascido e criado no interior do país, onde as
montanhas alcançam as nuvens. O Phil era um sonhador. Um dia, enquanto
partilhávamos o sol de Julho, estendidos na relva verde e crescida, num barbecue
enfeitado de gente interessante, contou-me a sua história. O Phil tinha feito
uma escolha. Melhor, o coração do Phil tinha decidido apaixonar-se por uma
oriental, que eu imagino de olhos amendoados, que conhecera na Califórnia.
Contou-me que a Kim, que ele pronunciava a morder o “m” com os lábios, era a
miúda mais bonita que conhecera em toda a sua vida. Contou-me que com a “Kimm”
atravessava muitas vezes a ponte de ouro, para a margem norte, e que encostavam
o descapotável na beira da estrada quando encontravam um prenúncio da natureza longe
dos sinais da civilização para estenderem uma manta de piquenique e ficarem
abraçados a observar o céu. Perscrutavam as tardes até surgirem as primeiras
estrelas, muito quietos, trocando palavras sobre o que sentiam um pelo outro.
Disse-me que era assim que descobriam o amor.
3 comments:
Tão bonito o teu texto. Muitos parabéns.
História linda :-)
que sonhador :)
Post a Comment