Dou por mim a imaginar Zipa
num "paseo" pela Candelabria e confirmo a versão boa da Colômbia.
Aqui respira-se futuro entre o ar escasso de O2. Aqui as gentes parecem
tranquilas face aquilo que se esperaria quando se encontra um militar em cada
esquina. Aqui cheira a pós-modernismo numa centelha de Sul-América refeita do
último atentado à bomba, há não mais de um mês atrás aqui perto. Num almoço
oferecido reparo no motivo que sublinha o nome do restaurante "Comfort
food", e é mesmo assim que constato a minha corvina acamada em manteiga de
ervas e acompanhada de salada de rúcula temperada. Os indígenas contam
histórias de assassinatos políticos na meninice deles, como o do engraxador de
sapatos que tinha um programa de televisão demasiado crítico para os senhores
da droga ou o do candidato presidencial demasiado ao centro para o poder
conservador instalado. Sorrio, mais uma vez, quando vejo esta geração diferente
das que estereotipo, assim subitamente desprendida da medida do tempo presente
e capaz de se abrir ao mundo, para além dos seis estratos de classificação que
utilizam para menosprezar ou valorizar a ascendência social de uns e outros. Estranho
como as sociedades que não passaram dos sistemas de castas parecem mais despertas
e adaptadas à realidade actual mesmo se politicamente incorrectas. Mas lá está,
qual é a vantagem de ser mais um, a 30.000 pés de altitude sobre a maior malha
de produção de oxigénio do planeta? Aqui em cima o ar é igualmente rarefeito e
a falta é igual.
2 comments:
Amazônia como eu disse :-)
Xipa, a Colômbia está na moda. Foste lá com o Passos?
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