Friday, July 9, 2010

Mariana

Conheceu-a numa reunião profissional. Ela sentou-se ao seu lado numa cadeira giratória que rodou com destreza, sem movimentos bruscos, para o observar. Ele fixou-lhe a cor das unhas, bem pintadas de azul, e as flores da camisola, encarnadas e engraçadas, mas não o rosto, simplesmente bonito. Ela olhou-o de soslaio, sorrindo-lhe, enquanto ele falava, e ele concentrou-se no que apresentava. Quando ele terminou, ela fez dois ou três comentários pispirretas, e ele sentiu-se demasiado criticado. Despediram-se com um aperto de mão, bem dado, e ficaram a pensar um no outro durante o que sobejava do dia. Ela tinha o contacto dele e arriscou enviar-lhe um email. Encontraram-se num bar de Lisboa, logo na noite seguinte. Poderia ter sido o efeito do fato de linho azul, meio amarrotado, ou o cabelo já comprido mas com ar macio, de que elas parecem gostar. Conversaram por uma hora ou duas, entretendo-se com banalidades, e ele sentiu-a cativada, mesmo sem usar do seu charme. Ele não se sentiu entusiasmado e ela sofreu um desgosto.

9 comments:

M. said...

Nunca nenhuma Mariana deveria sofrer um desgosto de amor. Eu sei bem.

M. said...
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Ricardo said...

Sweet Mary, Mary não é Mariana... não vale a pena assumir os desgostos dos outros!

M. said...

Mary não é Mariana e um blog não é realidade :) Parabéns pelo sucesso by the way. Bebe uns copos por mim, já que estou fechada em casa a estudar. Bjs!

Ricardo said...

Ah Mary, às vezes um blog torna-se mesmo real, demasiado. Thanks, e bom estudo.

Anonymous said...

um desgosto de amor ao fim de 2 horas?! hahahah

Ricardo said...

Eu já disse aqui que não gosto de anónimos, mas sim, concedo... talvez não fosse amor - fica então só "um desgosto".

Anonymous said...

eu aposto que era mesmo amor. :-)

Ricardo said...

Amor? Acho que a Mariana nem sabe o que isso é. Fica-lhe melhor só o desgosto.