Wednesday, October 20, 2010

Procurar e encontrar

Na manhã em que sentiu uma vontade enorme de a procurar, soube, logo ao acordar, que não seria dia de a encontrar.
Inspirado, havia voltado a sonhar com ela e com um mar azul, no sul de Itália. Uma praia de areia espessa, daquela que não deixa marcar os passos para se reconhecer a origem e o destino, mas em que sabe bem deitar o corpo, plantado ao sol. Um sol luminoso mas pouco dourado, suave com os olhos sem a protecção dos óculos-de-sol. Um chapéu de palha para a proteger e um cesto cheio de fruta fresca para a satisfazer, ciliegie e albicocche, como lhes chamara o rapaz do hotel. E aquela linha do horizonte, magnífica e bem marcada sobre o infinito azul, observado sobre as curvas deliciosas do corpo dela.
Mas pressentiu-a ainda mais distante, no espaço e no tempo que os separava, deixando-se encantar apenas pelo facto de pressentir que ela também gostaria de o encontrar assim.

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