Wednesday, November 17, 2010

O não (tornar) a querer saber

Com algum esforço, andei tão afastado da realidade nacional, concentrado na mais-valia da informação multinacional permitida pela globalização, que quando torno a seguir o estado do país fico sempre surpreendido (desiludido). Sinto-me um verdadeiro alienígena e assim de repente, surgem-me logo meia dúzia de boas ideias:

1) Para os candidatos presidenciais: toca a trocar as campanhas nos mercados tradicionais por acções nos hipermercados (parece que agora até estão abertos ao domingo…), debitando umas palavrinhas para os telejornais enquanto ajudam a família de pretensos apoiantes a arrumar as comprinhas.

2) Para os Portugueses, em geral: desliguem, de vez, a televisão. Diz um estudo que “O cérebro de um adulto muda tanto como o de uma criança, quando aprende a ler”, já vai sendo tempo de crescerem um bocadinho.

3) Para os Chineses: comprem lá as relíquias nacionais e ajudem-nos a pagar a dívida, quando se retomar a sede especulativa vão valer mais do que o petróleo africano.

4) Para os (tele-)jornalistas: ponham um ar menos grave e sisudo, das vossas expressões (sorrisos) dependem as cotações do meu portfolio amanhã.

5) Para os moradores na Expo (Espô): não há-de ser nada, o Estado paga, o Estado tem sempre dinheirinho à custa do contribuinte, carro incendiado pelos anarquistas que conseguirem entrar, vai ser dinheiro em caixa para os presentes deste Natal.

6) Para o Santana Lopes: agora que já se sente um Senador desta República falhada (com direito a 15 minutos de aparição solene e semanal na televisão), corte lá o cabelinho esgrouviado atrás, que já não tem charme nenhum e mexa menos as mãozinhas porque já não está no palanque dos congressos.

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