Tenho esta amiga que me inspira os romances urbanos através das fotografias que tira na companhia do namorado, ambos de óculos escuros não muito “fashion”, ambos com sorrisos abertos e, ambos, sem medo da barba dele, por fazer. Já não são exactamente isso mas parecem uns putos, despreocupados com a vida, regalados com os dias de verão num país que lhes oferece um sol visível à distância e que lhes projecta a sombra sobre a pedra da calçada quente. Ela queria, quis, ser artista de teatro e investiu bastante da vida naquilo. Ele queria ser, foi, durante uns tempos, guitarrista numa banda de 2ª classe. Prometiam-se e cumpriam os encontros nas noites já entradas com a única preocupação de alimentarem o gato que a ambos esperava aninhado no sofá retro da casa partilhada. Dormiam pela manhã, antes de assumirem o volante tantas vezes partilhado do “2 Cavalos” com a capota aberta a caminho de uma praia onde namoram sobre a areia muitas vezes molhada.
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