Ao fim de uns anos e de acumularmos quatro dezenas de gravatas, adoptamos um sistema. Eu uso gravata todos os dias em que trabalho, não há cá “casual fridays” e não quero gastar o neurónio a lembrar-me das que usei nos dias anteriores. Para o evitar, inventa-se um sistema que, no meu caso, passa por pendurá-las em dois cabides, um para as que vão bem com camisas aos quadrados e outro para as lisas ou às riscas. O sistema serve para pô-las a rodar, garantindo que não se repetem. Também se põem os fatos a rodar, no roupeiro, mas isso é um outro sistema, que não resulta tão bem porque vão à lavandaria. O sistema das gravatas só resulta enquanto os cabides aguentam o peso acumulado. Este Natal recebi demasiadas gravatas – há lá presente mais fácil para tias e primas de um executivo – e um dos malditos cabines partiu-se, deixando-me as malditas gravatas espalhadas no chão. Saí apressado e quando regressei a casa encontrei as demasiadas gravatas perfeitamente organizadas por cores sobre a cama. Constatei que a mulher-a-dias não é daltónica mas estragou-me o sistema e eu estou a precisar de uns cabides de aço.
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