Retomo um Mishima de há meia vida atrás, Runaway Horses – seguramente muito difícil de pronunciar em japonês. E com ele retorno à fuga do “aqui e agora” e a perspectiva niilista das coisas quando estas me chateiam em demasia. Regresso à noção de que muito provavelmente nem existe o “aqui e agora” e à postura do crente na ideia de infinito, da existência resumida ao universo enquanto átomo na unha de um gigante, avançando lentamente para o precipício, num tempo demasiado distante para me preocupar. E recupero o pensamento, não cientificamente verificado, de que talvez a expansão a partir do Big Bang se faça em esfera invertida, desafiando os postulados da física, na direcção do centro que é a nossa própria singularidade de 21 gramas.