Friday, August 10, 2012

Futuro de presente complexo mas amor simples

Diante de uma Alemã de faces rosáceas e ao lado de um Italiano que desenha barcos desportivos, observo outro Alemão que se delicia com uma Brahma. Observar pessoas com incerteza do estereótipo é sempre engraçado, são cromos sem página certa. Também tenho hotéis por marcar e o email simpático por responder, mas falta-me o tempo certo que espero encontrar nas geografias dos próximos dias. Absorvido pelas perspectivas e sem me deixar entusiasmar demasiado com a "miragem" do que quero, sei que o futuro do presente é complexo e que o amor faz tudo simples. É amor, amor, e quero o tesouro.

Sunday, August 5, 2012

Serendipity

Acordo a recordar as pestanas dela enquanto dorme ao meu lado. São raras as vezes em que a descubro assim, a descansar de olhos fechados mas voltados para mim e com a coincidência da luz suficiente para lhe poder observar as pestanas cheias de personalidade, baralhadas nas pontas e exclusivamente bonitas. E nisto, sinto a mão dela a chegar-se ao meu umbigo e as falanges numa festinha única que me faz estremecer a barriga (nada saliente). É bom despertar tranquilo e rio-me com cócegas de ti, que significam saudade.

Wednesday, August 1, 2012

Agosto no horizonte

Num refúgio de sensatez, foste capaz de ultrapassar três dias em que o cinzento pronunciado, prenunciado, te fizeram duvidar. Sobrepões os auscultadores aos ouvidos e pões a música no zero porcento para sentires outra vez a música que te toca no coração. Há algo estranhamente, entranhadamente, que bate para além do que admitirias razoável. É místico e não se deixa perder com as dificuldades típicas de Julho. Julho é por natureza um mês de história menor, Agosto traz calor e sensações boas no hemisfério certo. Estás quase lá, na conjugação certa de quem sentes falta.

O Phelps e eu

Bom, eu também já ganhei um relay mas a piscina devia ter só 25 metros e limitei-me a não perder toda a vantagem que os meus companheiros tinham conseguido até ali. Tal como o Phelps cometi um erro quase crasso na viragem, saindo para o último comprimento com pouco impulso das pernas na parede e assumindo os pirolitos para esticar as últimas braçadas e vencer por uma mão. Estávamos todos felizes na comemoração do pódio, mas aquela minha noite foi sofrida de miasmas. Eu era então muito novo e ainda tinha presente os ensinamentos das aulas de natação, o mais básico de todos é “dá a volta quando sentires os ladrilhos”, mas aquela piscina não tinha azulejo e não me apetecia rasgar os dedos pela medalha. Fiei-me no olhar e quase perdi a prova. Deve ter acontecido algo parecido com o Phelps nos 200 mariposa. Força miúdo, ainda restam os 100 metros para provares do que és capaz.