Wednesday, March 31, 2010

Ainda afectado... sai um post de “gaja” mas no masculino – os perfumes da minha vida (ui, isto promete!)

Na adolescência o arrebata corações Drakkar Noir...




No início da idade adulta, aventura a rodos com o Antaeus...



No fase dos trinta, montes de charme com o Allure...

Monday, March 29, 2010

partiu para parte incerta

O que eu gosto desta cidade quando apesar do frio e da ameaça de chuva parece que Lisboa partiu para parte incerta e a lateral da Avenida da República se faz em menos de 2 minutinhos mesmo com os carros em segunda fila à porta da Versailles.

Sunday, March 28, 2010

Bairro de encontros

Já há muito que não me aguentava no Bairro até os bares começarem a fechar – o facto de a hora mudar também ajudou. Mas é certo que quando se apanha uma daquelas noites loucas, em que circular pelas ruas e vielas se torna complicado por causa da multidão incandescente, o Bairro é o sítio para se reencontrar gente que não se vê há muito. Entre o velhinho Suave e o mais recente Maria Caxuxa, reencontram-se amigos da escola, colegas da universidade e conhecidos com quem nos divertimos, muito, entre copos, quando o Bairro era o poiso recorrente duas ou três noites por semana. É claro que também há muitos ausentes, que imaginamos recatados em casa, a cuidar dos filhos, e que estamos mais velhos, e sem paciência para o fluxo circulante dos “miúdos” agarrados a copos que parecem baldes de cerveja – como alguém dizia, “isto hoje está uma macacada” – mas mesmo assim, há gente gira q.b. e conversa interessante para as noites de primavera.

Saturday, March 27, 2010

très très bon...

Estes são do mais catita que há na música contemporânea. Daqueles que se eu tivesse uma sala para concertos ao vivo, gostaria que lá tocassem noite após noite de primavera – Nouvelle Vague em acústico, ao vivo no Olga Cadaval (excelente sala, com um som magnífico).

Wednesday, March 24, 2010

Temple Bar 1995

Recordo-me que naquele verão Dublin estava pejada de crianças, os irlandeses pareciam assemelhar-se a martas na época do cio e passeavam os filhotes em carrinhos chicco pelos parques verdes da cidade. Naquela noite, passada entre pubs de desventura nas margens do Liffey, experimentando copos de Paddy whiskey misturados com pints de Kilkenny, encontrei-te a ti, com as tuas sardas e o teu cabelo ruivo de miúda anglo-saxónica no meio da multidão feliz de Temple Bar. E foi assim, sem aviso, que retive o teu rosto na memória todo o tempo em que recém-encartado e meio alucinado, conduzi pelas estradas em volta da bela ilha esmeralda, clockwise e em sensação de contra-mão, e sonhei contigo numa terrinha encantadora do Donegal chamada Letterkenny, mística até à exaustão.

Tuesday, March 23, 2010

write a book

You asked me to write a book and I thought about all my life self-contained in a movie, fast-forwarding the scenes where you didn’t play a role. Seeing you as the Best Actress award winner, on the podium, proud to make the speech, not that tall on your high-heels, with your curly dark hair beautifully dressed, just proud to be there and have all those photographers produce their digital cameras from the stand, trying to take that unique picture of you that would make the morning magazine cover. How amazing this life has been, either travelling around the World and sensing it spin-around or discovering those unpretentious tiny places, where our minds captured images that make the spine go crazy and burst a shiver through my earthling body.

Monday, March 22, 2010

amêndoas da Páscoa

More than 80% of the world’s almonds are grown in California and, to pollinate them, the 7,000 or so growers hire about 1.4m of America’s 2.3m commercial hives. Thousands of trucks deliver the hives in February - from Maine, Florida, the Carolinas and elsewhere - and will soon pick them up again. The bees’ job is to flit from one blossom to the next, gorging themselves and in the process spreading the trees’ sexual dust.

Since 2006, however, bees have been suffering from “colony collapse disorder” (CCD), a mysterious affliction that has drastically reduced their numbers. Its cause may be mobile-telephony radiation, viruses, fungi, mites and pesticides - or none of the above.

O mundo deve estar doido e só me faltava mais esta. Eu que sou apaixonado por amêndoas, simples ou, particularmente, cobertas de chocolate, e que só regozijo com a chegada da Páscoa por causa da tradicional fartura das ditas, vejo assim ameaçado mais um dos prazeres da vida...

Thursday, March 18, 2010

Eu sei pela tua ausência que quando regressas de viagem gostas de ler o meu blog...

Eu sei (ou imagino) pela tua ausência que quando regressas de viagem gostas de ler o meu blog...


Wednesday, March 17, 2010

Palm Springs 2009

Nunca o calor do verão foi tanto. Tínhamos descido de San Francisco para LA num carro alugado ficando a conhecer o Big Sur, e apesar de não o recomendarem, decidíramos passar uns dias a descansar em Palm Springs. Escolheste, bem, o hotel e encontrámos um sítio encantador com poucos hóspedes e um staff atencioso q.b.. Fazia um calor insuportável durante o dia, com uma aragem seca vinda do deserto, mas as noites eram agradáveis. Tínhamos duas piscinas catitas por nossa conta e água com limão à discrição por debaixo dos chapéus-de-sol de triângulos amarelos. Mas apesar de tudo, do conforto, do teu carinho e da sensação de férias eu não me sentia relaxado, nem feliz. Sentia saudades do que fôramos no passado, das sensações fortes de aventura de outras férias que passámos juntos noutros destinos. E assim, mesmo sem intenção, começou o fim do que éramos, debaixo do sol abrasador e das palmeiras da Califórnia, sem sentido.

Tuesday, March 16, 2010

Tunbridge Wells 1990

Nunca fui tão puto como naquela noite. Tínhamos escapado aos alarmes de incêndio do palácio, saltando perigosamente pela janela do quarto que tinha papel-de-parede aos elefantes. Corrêramos tão rapidamente quanto nos era permitido, sem fazer barulho, para o pavilhão junto à piscina onde alguns do grupo optaram por um banho nocturno. Estava uma noite perfeita, com uma lua nova que emanava aquela claridade única, apenas possível à meia altura do hemisfério norte. Alguém trazia uma garrafa de champanhe e copos de plástico, e para não termos que partilhar, fugimos para uma das salas de aula mais isolada. Ainda em grupo, passámos horas a jogar ao “se eu fosse um animal, seria...”. Tu querias ser um golfinho, obviamente assentava-te bem, e eu uma gaivota – que animal tão estúpido – creio que induzido pela música do Zeca Afonso que alguém te ensinara e tentavas cantar em português. E quando os outros já recolhiam com o despontar da alvorada, nós deixámo-nos ficar mais um pouco. Dançámos um slow, mesmo que com música imaginária, e eu passei-te a mão pelo rosto, fixando-te o olhar e arrastando-te o cabelo curto, cor de prata com aquela luz, para detrás da orelha, e beijei-te com todo o amor que tinha para dar.

Dali 2002

Nunca fui tão infeliz como naquela noite. Perdidos no meio do Yunnan, desidratado por uma violenta intoxicação alimentar que a dimicina insistia em não debelar, num estranhamente moderno hotel encerrado entre muralhas, decidiste rejeitar-me, pôr-me na ordem e mandar-me de volta para a minha cama, naquele quarto que era só de nós dois. Creio que chovia lá fora, e eu sob o torpor do meu mal-estar físico, passei a noite acordado, a soluçar para dentro, para que não me ouvisses, e a desejar que o meu mundo acabasse ali mesmo, sem contemplações. A pensar, exageradamente, que nada mais fazia sentido. Que não queria voltar a ver o sol nascer. Que não merecias que alguém gostasse assim tanto de ti e que eu não merecia aquele sofrimento atroz. E então, para meu espanto completo, quando a lua já ia alta no sudoeste asiático e a chuva tinha, finalmente, parado de cair, deste por mim, e vieste deitar-te sobre o meu corpo e dormimos juntos aquelas horas que restavam.



Monday, March 15, 2010

Paris 1989

Nunca fui tão feliz como naquele verão em Paris. O meu pai tinha um apartamento alugado sobre o Sena e eu um passe RATP que me deixava deambular por toda a cidade de “Mêtro”, autobus ou RER. Na flor da minha adolescência, com francês suficiente para impressionar e mesada paga em francos, era livre e fiquei a conhecer a capitale du monde como poucos. Eles celebravam o bicentenário da revolutión com espectáculos e festividades improvisadas e eu possuía um walkman com as duas cassetes do ao vivo “Supertramp à Paris”. Perdia-me entre as novidades dos Les Halles, viajava furiosamente até à La Défense, “papava” os filmes 3D na Géode, passava tardes no jardim do Rodin, invariavelmente, escalava a Eiffel ou observava as gentes nas corridas de Longchamps. Os almoços eram, normalmente, compostos de croque-madame, acompanhados de Orangine, os pequenos-almoços de croissants não mergulhados no café-au-lait, e os jantares experimentando os restaurantes exóticos do Quartier latin. Na biblioteca da La Villette ou no Pompidou, em que se entrava à borla, trocava conversas com belas francesas da minha idade, enquanto assistíamos às exibições de jograis ou músicos africanos. Paris 1989.

Sunday, March 14, 2010

not today

Eixo Norte-Sul 8h30 da manhã em sentido contrário ao trânsito: não concebo como será viver em prédios justamente colocados sobre a via rápida ou aturar-se, dia após dia, meia hora de tráfego entre o Lumiar e Sete Rios.

Vasco da Gama com amanhecer de sol: sinto saudades de um Inverno menos chuvoso em que diariamente atravessava a ponte rumo ao sul, despertando para o dia a 120 km/h sobre as brumas do Tejo.

Silêncios do Alentejo: fascinante como custa adormecer no meio do silêncio do campo mas como se acorda revigorado depois de uma noite sem o ruído constante da cidade.

Pequeno-almoço de Pousada: luxo seria poder comer sempre ovos mexidos acamados sobre uma fatia de queijo em cima de pão de forno com sabor a província.

Auto-estrada em cruise-control: hipnose total induzida pelas curvas e tracejados no alcatrão, abusando nos decibéis dos Siouxsie & Banshees.

Wednesday, March 10, 2010

youth

Embarco no Bruxelas - Lisboa, depois de um fim-de-semana prolongado passado com uma “ex” por terras do norte da Alemanha, de carro alugado, em que tínhamos descoberto mais um lugar místico para a colecção – Schwerin, ainda com alguns resquícios do jugo da RDA e por isso ainda encantadora. Ao meu lado senta-se uma miúda gira, de piercing na orelha, e alguns anos mais nova do que eu. Decide meter conversa durante o voo: tinha estado a fazer Erasmus, regressava agora a Lisboa, já tinha saudades da terrinha, os Belgas assim-assim, mas os colegas estrangeiros eram “porreiros” e Ghent tinha uma vida fantástica. O que tinha eu ido fazer à Alemanha, o que tinha achado de Hamburgo, pormenores de Schwerin, etc. e tal... 2 horas de converseta não muito profunda mas entretida. Aterramos em Lisboa, esperamos juntos pela bagagem e quando estou para me despedir envolve-me com os braços e espeta-me uma “beijoca molhada”, dizendo-me adeus com um: tchauu, até à próxima!

Sunday, March 7, 2010

Get a life...

Fim-de-semana entretido com o último do Philip Roth e as suas recordações da infância judia. Um pouco insípidas demais para este descendente de Suevos e Cristãos-novos perdido na vida...

Wednesday, March 3, 2010

Nick Hornby’s top-lists-technique

Há uns anos atrás apaixonei-me violentamente, puerilmente e temporariamente, por uma jornalista catalã que trabalhava na Bloomberg em Londres. Conheci-a numa festa tresloucada a bordo de um barco no Tamisa. Impressionaram-me os seus olhos castanhos e grandes, o seu sorriso único, a sua imersão no auge do estilo de vida da capital inglesa em formato capitalista, a forma orgulhosa como perspectivava o futuro, a gentileza das suas referências dos portugueses e a Barcelona. Enfim, depois de um par de horas passado na companhia dela estava futilmente apaixonado. De regresso a Lisboa, escrevi-lhe uma carta de amor – apenas um excerto, da parte não (muito) lamechas da coisa:

“I guess I’m quite friendly, considered a nice person by most people. My closest friends consider me a bit of an arrogant – they tend to say that I always act as if I have an answer for everything. I’m really timid, at least by portuguese or spanish standards. A seeker of knowledge, an humanist, non-superstitious, a believer in equilibriums who thinks to have found some answers for the big questions.
What else? Adopting Nick Hornby’s top-lists-technique, as a way to get to know someone else – and hoping that you find some references within these. Favourite movies: “Until the end of the world”, by Wim Wenders, “In the name of the father”, by Jim Sheridan, and “Cinema Paradiso” – latest best, “Lost in Translation”. Books: definitively nº1 is “Hadrian Memories”, by Marguerite Yourcenar, then “Focault’s Pendulum”, by Umberto Eco and on the entertaining front, Douglas Coupland’s anarchic stories. Music: I guess I’m a pop fan, James (ever heard of them?), Peter Gabriel, Suzanne Vega (as a sample) and more recently Air and some portuguese bands, I also like it classic, Purcell, Bach and Brahms, or Michael Nyman and Ryuichi Sakamoto. On the cities front: Rome, Lisbon and Barcelona. Countries: Ireland, Italy and China. Art: although my mother is nowadays becoming a professional painter, I don’t have it in my genes and am utterly incapable of drawing an apple, but as a child I wanted to become an architect.”

Tuesday, March 2, 2010

E o tempo importa?

Saturday's Chile earthquake was so powerful that it likely shifted an Earth axis and shortened the length of a day, NASA announced Monday.

By speeding up Earth's rotation, the magnitude 8.8 earthquake – the fifth strongest ever recorded, according to the USGS – should have shortened an Earth day by 1.26 millionths of a second, according to new computer-model calculations by geophysicist Richard Gross of NASA's Jet Propulsion Laboratory in California.


E isto significa que as nossas vidinhas se encurtam? É uma preciosidade da espécie humana, esta obsessão pelo tempo e a forma como medimos as nossas existências pelas voltinhas que damos em volta de um corpo celeste. Heliocêntricos, como somos, viajamos a 108 mil km/hora em volta do Sol, mas na dimensão maior, aceleramos a qualquer coisa como 220 km/segundo à volta do centro da galáxia – pelo menos é o que diz a Wiki!

E tu hoje disseste-me da altivez da tua idade ainda jovem “...estamos a ficar velhos” como só se aplicasse a mim e eu olhei para ti e pensei para os meus botões: um destes dias ainda me apaixono por ti.




Monday, March 1, 2010

Miguel Sousa Tavares – o Torquemada

Apanhei agorinha o novo programa do Miguel Sousa Tavares, de quem gosto q.b.. Será impressão minha ou decidiu encarnar o grande inquisidor general qual Torquemada renascido? E o formato da coisa não faz lembrar os Gato Fedorento e o “Esmiuça aqui, esmiuça ali”. Miguel, estás a ficar velhote... (e eu ando a ver demasiada tv)