You don’t get to choose whom you fall in-love with. It will just happen, and you’ll have to understand how lucky you are. That’s the hardest part, to get it. So, get it... For this, you have to be a believer. Just be it... a believer. She will appear before you, while you’re distractedly looking at the right bearing and she will also set eyes on you. Then everything you (haven’t) wished for will happen... magically, as her soul settles within your heart. That’s the instant you get trapped for life. You’ll just know it, because everything she does (or does not do) will look unique and she will definitively look astonishing even when she’s not actually beside you. And there you have it... you’re truly and utterly in-love, and the future will be yours to take.
Saturday, April 23, 2011
Saturday, April 16, 2011
o melhor do inesperado
Dizia-lhe há umas semanas atrás que ela era o melhor do que não imaginara possível. Explicava-lhe, por palavras difusas, que gostava mesmo da sensação de ir absorvendo os pormenores da pessoa que ela era para o íntimo do seu coração, transformando-os em mensagens inteligíveis e apaixonantes para a sua alma. Tentava que ela entendesse como o descrédito do predestinado contribuíam para o enlevo do que sabia que era deles, com certeza e com carinho. Pretendia que as palavras, pouco sincronizadas, lhe transmitissem com robustez a magia do que sentia como inesperado: uma profusão de sentimentos que não julgava possíveis, há um ano atrás, e o desejo de prosseguir a descoberta.
Thursday, April 14, 2011
message in a bottle came across the ocean
Desta vez, enquanto me arrastava sem vontade até à última porta do terminal custou-me mesmo. Não gosto de me arrastar. Não gosto de fazer nada sem vontade. Coloquei os headphones novos e procurei o sossego que sei impossível sem a companhia de quem se ama. Senti o olho direito a humedecer. Senti-me mais perdido do que alguma vez desde que encontrei o que desejo. Senti-me furiosamente lamechas e ponderei várias vezes não embarcar. Não embarcar desta vez, não voltar a embarcar sem a companhia de quem amo. Desta vez dói-me qualquer coisa cá dentro, qualquer coisa não muito óbvia entre o coração grande e a alma pseudo-alternativa.
Monday, April 11, 2011
um pouco mais a norte
Aterrei espancado pelos subtropicais e liguei o BB durante o taxiing. Tinha à espera mais um daqueles emails que reconfirmam tudo o que já sei que quero para a vida.
Durante o voo “papei” dois bons filmes, bem melhores do que a comida servida: o “Discurso do Rei” que ainda tinha em falta, sem dúvida uma delícia ajudada pela virtude da H. Bonham Carter e o novo “Hereafter”, um bocadinho parado mas ainda assim recomendado para quem gosta de after-life experiences ;) – basta dizer que o realizador é o Clint Eastwood.
Apanhei o táxi (muito barato) para o maior hotel cá do sítio e reconheci de imediato o set de um filme único com o Pierce Brosnan – este “rapaz” persegue-me nas sensações boas da minha nova vida.
Fiquei contente com o quarto espaçoso e colorido, que (também) não tendo bidé pelo menos tem uma banheira digna do nome.
Pedi uma Caesar salad que veio bem condimentada e acompanhada de dois pãezinhos e dois pacotinhos de manteiga New Zealand capazes de se deixarem abrir – há certas coisas em que a globalização compensa.
Acabei a noite a reler coisas boas, bebericando a bebida típica daqui e a sentir (muitíssimas) saudades de ti.
Sunday, April 10, 2011
o espaço e o tempo
Ao reconhecer o espaço, apercebeu-se, sem aviso, que vai ser feliz. Sentiu o coração a bater forte, consolidando as peças do puzzle. Respirou fundo e pensou com orgulho como o tempo dedicado ao presente da sua vida é a melhor decisão que podia tomar.
Saturday, April 9, 2011
o japonês das pílulas, o gordo do bluetooth, o cartão de crédito, a minha insónia e o seatguru
Passei os últimos dias a debelar uma constipação provocada pelos excessos da maior invenção do século passado – o ar condicionado. Pensar assim, no século passado, faz-me sentir antigo e, a espaços, isso até é engraçado.
Num destes dias tomei o pequeno-almoço ao lado de um japonês de meia idade. Quando terminou de comer a sua taça de arroz – sim, os japoneses comem arroz, e peixe também, ao pequeno-almoço – desembrulhou de um lenço cor-de-rosa pelo menos uma dúzia de pílulas que tomou vagarosamente, uma a uma e uma a seguir à outra, com o auxílio de um copo de água.
Noutro destes dias passei o dia com um gordo que passou o dia com um daqueles aparelhómetros bluetooth que se pespegam na orelha para se falar ao telefone sem mãos e sem fios. Não o vi tirar o dito para as refeições e também não lhe deu descanso quando se agarrou ao microfone no karaoke.
Esta noite, quando puxei do cartão de crédito para oferecer o jantar à equipa de projecto, constatei uma vez mais a imbecilidade da cor de alguns cartões que deixam sempre os empregados confusos com o chip e insistem em passa-lo pela banda magnética insistindo em estragar-me o plástico do qual dependo para sobreviver.
Praticamente curado da constipação sou assolado por uma grande insónia, confirmando que uma king size me faz sentir perdido no espaço quando me faltam os abraços e as longas conversas cúmplices pela noite fora.
Amanhã embarco para a primeira mão da maratona de 18 horas sentado num avião a tentar contrariar os ventos subtropicais de ambos os hemisférios, sabendo de antemão pelo seatguru que me calhou o lugar do meio encalhado numa configuração 2-3-2 de um Boeing 777. O tipo que inventou os lugares marcados com a reserva devia ser chacinado.
Num destes dias tomei o pequeno-almoço ao lado de um japonês de meia idade. Quando terminou de comer a sua taça de arroz – sim, os japoneses comem arroz, e peixe também, ao pequeno-almoço – desembrulhou de um lenço cor-de-rosa pelo menos uma dúzia de pílulas que tomou vagarosamente, uma a uma e uma a seguir à outra, com o auxílio de um copo de água.
Noutro destes dias passei o dia com um gordo que passou o dia com um daqueles aparelhómetros bluetooth que se pespegam na orelha para se falar ao telefone sem mãos e sem fios. Não o vi tirar o dito para as refeições e também não lhe deu descanso quando se agarrou ao microfone no karaoke.
Esta noite, quando puxei do cartão de crédito para oferecer o jantar à equipa de projecto, constatei uma vez mais a imbecilidade da cor de alguns cartões que deixam sempre os empregados confusos com o chip e insistem em passa-lo pela banda magnética insistindo em estragar-me o plástico do qual dependo para sobreviver.
Praticamente curado da constipação sou assolado por uma grande insónia, confirmando que uma king size me faz sentir perdido no espaço quando me faltam os abraços e as longas conversas cúmplices pela noite fora.
Amanhã embarco para a primeira mão da maratona de 18 horas sentado num avião a tentar contrariar os ventos subtropicais de ambos os hemisférios, sabendo de antemão pelo seatguru que me calhou o lugar do meio encalhado numa configuração 2-3-2 de um Boeing 777. O tipo que inventou os lugares marcados com a reserva devia ser chacinado.
Wednesday, April 6, 2011
o rezingão e a civilização (filosofia de ponta e alguns disparates)
Será por causa da falta, da ausência e da distância (e do efeito do jet lag), ou por tudo isto acumulado (com exagero) dei por mim de regresso ao estado rezingão. Nestes (breves) momentos da minha (nova) vida tenho esta (pequena) tendência para me concentrar e deixar absorver (em grande) pelos pormenores irrelevantes do quotidiano.
Esta manhã debati-me furiosamente com pequenas embalagens de manteiga ao pequeno-almoço…
O problema é que eu gosto de torradas ao pequeno-almoço…
Torradas acabadas de saltar de dois minutos e meio passados na torradeira, quentes e prontas a serem barradas com manteiga salgada…
O problema maior é que as irritantes pequenas embalagens de manteiga com sal não se deixavam abrir, nem facilmente nem de todo…
Evidentemente, por cada vez que tentei puxar a maldita película de prata pelo canto “abrir aqui”, acabei a espetar a faca contra a pressão da câmara hermética na expectativa de não deixar as minhas torradas quentinhas arrefecerem muito…
Conclusão da manhã: eu não gosto de embalagens. É que não gosto mesmo, nem do conceito nem da realidade. Eu cá gosto é de embrulhos. Embrulhos são, por definição, invólucros, envolventes do prémio neles contidos que se deixam abrir, facilmente. Embrulhos são o disfarce da surpresa que contêm. Embrulhos são o oposto de embalagens porque deixam respirar, sem hermetismo. Embrulhos são o que se quer na vida, pelo efeito dos laços, das fitas e do papel decorado. Eu gosto de embrulhos, porque servem para enfeitar em lugar de asfixiar. Na manteiga como na vida, eu lembro-me dos tempos anteriores à asfixia do pós-modernimo em que a manteiga Vigor vinha embrulhada num papel branco e forte que se deixava abrir com os dedos em tesoura, sem necessidade de cortar, ou do fiambre directamente cortado da máquina para esse mesmo tipo de papel, vegetal ou similar, e apenas embrulhado com recurso a algumas dobras planeadas, ou das garrafinhas de leite Vigor em que bastava carregar na tampinha verde para baixo para se aceder ao prémio, em lugar de ter que esgravatar o cartão ou o plástico dos formatos tetrapak.
O grau de civilização de um país e a felicidade de uma sociedade também se medem pela facilidade com que se abrem as embalagens e pela qualidade dos embrulhos que produzem. Eu acho, mas isto sou só eu em modo rezingão.
Esta manhã debati-me furiosamente com pequenas embalagens de manteiga ao pequeno-almoço…
O problema é que eu gosto de torradas ao pequeno-almoço…
Torradas acabadas de saltar de dois minutos e meio passados na torradeira, quentes e prontas a serem barradas com manteiga salgada…
O problema maior é que as irritantes pequenas embalagens de manteiga com sal não se deixavam abrir, nem facilmente nem de todo…
Evidentemente, por cada vez que tentei puxar a maldita película de prata pelo canto “abrir aqui”, acabei a espetar a faca contra a pressão da câmara hermética na expectativa de não deixar as minhas torradas quentinhas arrefecerem muito…
Conclusão da manhã: eu não gosto de embalagens. É que não gosto mesmo, nem do conceito nem da realidade. Eu cá gosto é de embrulhos. Embrulhos são, por definição, invólucros, envolventes do prémio neles contidos que se deixam abrir, facilmente. Embrulhos são o disfarce da surpresa que contêm. Embrulhos são o oposto de embalagens porque deixam respirar, sem hermetismo. Embrulhos são o que se quer na vida, pelo efeito dos laços, das fitas e do papel decorado. Eu gosto de embrulhos, porque servem para enfeitar em lugar de asfixiar. Na manteiga como na vida, eu lembro-me dos tempos anteriores à asfixia do pós-modernimo em que a manteiga Vigor vinha embrulhada num papel branco e forte que se deixava abrir com os dedos em tesoura, sem necessidade de cortar, ou do fiambre directamente cortado da máquina para esse mesmo tipo de papel, vegetal ou similar, e apenas embrulhado com recurso a algumas dobras planeadas, ou das garrafinhas de leite Vigor em que bastava carregar na tampinha verde para baixo para se aceder ao prémio, em lugar de ter que esgravatar o cartão ou o plástico dos formatos tetrapak.
O grau de civilização de um país e a felicidade de uma sociedade também se medem pela facilidade com que se abrem as embalagens e pela qualidade dos embrulhos que produzem. Eu acho, mas isto sou só eu em modo rezingão.
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