Evolui. Passa das promessas
à verdade da segurança. Transforma os planos em realidade. Produz um sorriso
quando a encontrares rabugenta. Desfaz os sentimentos em formato de sensações
novas. Faz sentir com sentido. Abraça melhor. Garante certeza. Fundamenta,
sabes melhor do que ninguém porque nunca desististe. Consegue um irrepreensível
maior. Cumpre as expectativas. Dança com ela. Traduz as palavras em actos de
carinho. Abre-lhe as perspectivas. Deixa-a responder. Mima-a. Desperta-lhe a gargalhada.
Cuida melhor das plantas e flores. Conta-lhe histórias. Escolhe um ninho com a
orientação solar correcta. Cria memórias ainda melhores. Partilha entusiasmo.
Descontrai mais. Prova a felicidade. Desperta-lhe a vontade. Não deixes acumular as
saudades. Experimenta primeiras vezes
com ela. Acorda-a de mansinho, sem despertador. Não a deixes sentir-te a falta. “The problem is
all inside your head” and the answer is easy if you take it logically...
Sunday, April 29, 2012
Wednesday, April 25, 2012
Do Socialismo (adaptar vs. transformar e Ordem vs. Progresso)
Lá, do outro lado é dia feriado. Onde estavas tu no 25 de
Abril? Na barriga da minha mãe. Amniótico e ainda sem ligar pevide ao que se
estava a passar no Mundo. Felizmente, parece-me, que a coisa não descambou
muito naquela época. De outra forma, imagino eu, as contas públicas estariam
mais ou menos iguais e teria crescido num Estado Socialista.
Habito, ou vivo, há algum tempo num Estado destes, disfarçado
de Democracia mas condicionado pelo moto “Ordem e Progresso”. Da minha varanda
vejo sempre uma bandeira com as palavras de ordem, e se quiser olhar a favela
do outro lado da água consigo até ver duas.
Ah, que giro, e então? Como tem sido a experiência?
A primeira coisa de que dás conta é que os “camaradas” daqui
cresceram a aprender ter paciência. É uma espécie de convicção, a forma como
formam, conformam, filas.
Vais ao banco e há sempre uma fila ordeira.
Vais à charcutaria do supermercado e há uma fila, e os tipos
perguntam, ordeiramente, de que lado começa, porque lá está o “portuga” a
estragar a “Ordem”.
Vais no trânsito e lá vão todos direitinhos, uns atrás dos
outros, e não buzinam nem aproveitam os amarelos, os malditos.
Apanhas um elevador e há sempre um ensinadinho que aperta o
botão para segurar as portas, à espera do que não se apressa. E ninguém lhes
ensinou, e não cresceram a aprenderem fazer as contas que seria muito melhor
deixar o próximo esperar pelo elevador seguinte.
E há quem ache que são mais felizes assim, descontraídos. E
eu vou aprendendo, porque, afinal, tenho a capacidade de me adaptar. É uma das
minhas qualidades, ainda que prefira, sem dúvida nenhuma, transformar.
Transformar é um verbo tão melhor, porque revela uma capacidade de inteligência
maior. E, lentamente, vou conseguindo abrir algumas mentes obtusas, para a
outra forma de ver e fazer as coisas, sem revoluções. Progresso!
Não se trata um manifesto político, é apenas um
abre-latas.
Sunday, April 22, 2012
A máquina do tempo
Acabo a noite a ouvir músicas do passado, pirateadas em .mp3,
de quando eu tinha um Uno branco com leitor de cassetes e opção para as TDK metal
e BASF crómio-dióxido cuidadosamente gravadas, e cantávamos isto em uníssono
difícil em todas as viagens:
April come she will
When streams are ripe and swelled with rain;
May, she will stay,
Resting in my arms again
Na máquina do tempo, para além da visão subliminar do futuro,
escolhia Central Park a 19 de Setembro de 1981. Consegui ver o Paul no velhinho
Alvalade dos concertos, mas sou demasiado jovem para o ter apanhado com Art(e).
Friday, April 20, 2012
A máquina dos sonhos
Ela - Então, ligas isso ou não!?
Ele - Sim, já encontrei o botão.
Ela - Não dá nada. Não funciona. Sintoniza isso!
Ele - …
Ela - Roxo, está tudo roxo!
Ele - A sério? Deste lado estávamos de volta ao México, em
grande velocidade sobre um desfiladeiro com vistas magníficas, antes de me
acordares com beijinhos meiguinhos no pescoço.
Ela - És um sortudo! Quero ver esse gráfico.
Wednesday, April 18, 2012
Brócolos
As coisas de que não gostamos enquanto miúdos e as coisas
que passamos a apreciar quando crescemos, transformam-nos a vida para melhor.
Despacho uma pratada de brócolos antes de me ofereceres uma
sobremesa feita de sorrisos patetas. Eu acho que estou impregnado de químicos
maravilhosos mas sou capaz de assumir a tese das energias. Estou por tudo
porque acredito no passado, anseio pelo futuro mas quero tudo no presente
enquanto fixo ou procuro os teus olhos.
C'est le seul vide que je comblerais peut-être
Le seul regard
que je serai reconnaître
Le seul sommeil qui pourra me faire renaître
Je t'embrasserai juste avant de disparaître
Sunday, April 15, 2012
Do (de)pois
Por vezes sinto-me
absolutamente desfasado do tempo. Quem me conhece bem, sabe que nunca fiz
muitos planos para a vida. Quem me conhece mal, dá-me sempre menos anos do que a
idade que tenho. Falto-lhes nas referências do “cursus honorum”, casar, ter
filhos, et al. Há uns dias atrás, enquanto esvaziava o Blackberry descobri uma
nota gravada enquanto atravessava a Vasco da Gama, a conduzir rumo às férias de
verão num dos dias mais estranhos da minha vida. Naquela altura eu apenas
conhecia o prenúncio da felicidade. Depois de ter deixado a ponte para trás,
numa tarde estranha de chuva em Agosto, recebi uma email que me fez perceber
tudo. Desde aquele dia, comecei a fazer planos de vida, nem sempre bem, como
acontece a quem não está habituado. Hoje saí para almoçar com um par, bem mais jovens,
recém-casados e que acabou de perder a primeira tentativa de um filho. Quando
os espíritos já iam animados, juntou-se a nós um amigo, aqui do Brasil, que
decidiu ir viver para Boston sem ideia de como são frios os invernos de lá.
Quando conduzia rumo a casa, pela Marginal começou a cair uma chuva miudinha e
numa travagem súbita vi os planos de vida quase estragados a planar a noventa
quilómetros por hora. Pois, num acto reflexo confirmei que ainda me falta muito
na vida.
Monday, April 9, 2012
“Tenta conseguir o que julgas melhor, anda para a frente e lá chegarás…”
Quando eu era realmente miúdo havia este anúncio da Pepsi na
televisão, com uma miúda e um cavalo (acho que era esse...) em que a música de
fundo cantarolava “Tenta conseguir o que julgas melhor, anda para a frente e lá
chegarás…”.
À medida que venho crescendo, e em particular nos
últimos tempos, venho percebendo que a última linha de separação entre ser
fraco e ser capaz de ser feliz, depende muito e exclusivamente do empenho que
pões em conseguir o que realmente queres. Não há cá mezinhas nem ajudas
extraterrestres, tens que fazer acontecer. Aliás tens que saber fazer
acontecer, realizar da maneira certa, o que não depende da insistência mas da
precisão que pões na forma do que tens para dar. Isto é uma forma de dizer que
a qualidade é sempre diferencial face à quantidade, e que o primeiro passo para
se fazerem as coisas bem é conseguir distinguir o realmente importante, o que
julgas melhor. Para isso uma escala de significados positivos preenchida com
regra ajuda a fundamentar decisões. O empenho que se segue é natural.
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