Morava a dois passos do Tejo e despertava em cada manhã com os guinchos das gaivotas. Ainda de pijama gravava cuidadosamente o CD do dia que escutaria a partir do pôr-do-sol. As tardes passava-as a deambular por Lisboa, entre lojas, lanches com as amigas, visitas a galerias e exposições de fotografia. Por vezes fazia-se acompanhar da máquina fotográfica de filme que usava em ruas e vielas da cidade ocre ou em miradouros com vista para o rio. Tinha um mini descapotável verde que a levava para todo o lado e também para os antros da noite onde sempre conhecia um novo amor. Homens que rapidamente se deixavam seduzir pelo seu olhar de miúda-mulher e que sem acanho a convidavam para os seus apartamentos de solteiros. E com eles fazia amor, carinhoso mas ardente, pelas horas intermédias da noite. Inevitavelmente, ela deixava-os no leito ainda noite escura, saindo de mansinho e substituindo o seu corpo pelo CD gravado naquela manhã.
2 comments:
Que maldade! :-)
Que dupla maldade!... :-O
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