R. foi a primeira “mulher” da minha vida, tínhamos 5 anos. Íamos casar, eu seria polícia da GNR com botas de cano alto e ela, já não me recordo. (Ainda hoje me dou com a R, encontramo-nos em jantares de colegas do colégio. Curiosamente, casou com um Ricardo e têm 2 filhos, acho eu)
M. foi a primeira “mulher” com quem “dormi”, era minha prima em 2º grau e explorámos o corpo um do outro, como só as crianças o sabem fazer. Era uma miúda linda, também atrevida, e fomos apanhados pela minha tia na troca de camas partilhadas num verão muito quente em São Pedro de Muel. (Não sei nada da M há muitos anos mas aposto que é feliz)
S. foi a minha primeira paixão. Eu achava-a mais bonita do que a Bruna Lombardi, que naquela altura estava na moda, mas não deu em nada. (Hoje somos bons amigos e encontramo-nos em jantares todos os anos. É também daquelas pessoas que nunca se esquece de me telefonar no meu aniversário)
C. foi a minha primeira “namorada de mão dada e beijos diários”. Era meio francesa e tinha o cabelo encaracolado. Não sobrevivemos às férias do verão.
M. foi o meu primeiro amor. Amor à séria, daqueles que se esperam retomar durante anos e que geram ciúmes às namoradas. (Está casada há uns bons anos também com um Ricardo e da última vez que estive com eles, iam no 3º rebento)
B. foi uma namorada estival. Era linda de morrer e adorava observá-la a dormitar na praia e beijá-la na varanda do Seagull, nas noites de festas. (Depois daquele verão, nunca mais tive notícias da B)
A. foi a primeira namorada do verão do desassossego, durou menos de um mês. (Não sei nada dela)
Seguiu-se a P. Éramos ambos animadores numa colónia de férias para miúdos e escapávamos para trás das dunas. Durou enquanto houve actividades.
Veio então a S., morena e vistosa de cabelo aos caracóis. Foi a minha primeira “namorada oficial” com apresentação aos pais e tudo. Namorávamos intensamente nas festas nocturnas pela Arrábida, isolávamo-nos em passeios de barco porque ela tinha carta de marinheiro e ensinou-me a fazer ski aquático. Também dávamos longos passeios a cavalo pela Serra. Nesta fase o namoro durou uns 3 meses e até sobreviveu ao meu devaneio adolescente de 2 semanas em Paris rodeado dos encantos das francesas.
Depois veio a R. Três anos de namoro sério, alguns mais apaixonados do que os outros. Oficialmente a coisa começou ao som de um slow do Phil Collins. Durou e durou, apesar das traições de parte a parte, dos ciúmes, das birras, dos beicinhos, das diferenças de opiniões bem vincadas sobre tudo aquilo que parece importante quando se chega à idade adulta. Parecia que era para a vida, porque então era aquela a vida. Terminou com a entrada para a universidade, embora tenha havido “retomares” vários e intenções ao longo dos anos. (Hoje ela vive no estrangeiro e apesar de morena tem uma filha loira, linda. Preocupamo-nos em saber um do outro, fazemos por estar juntos, mas muitas vezes pergunto-me se a nossa amizade não se deverá mais aos resquícios do que fomos, do que ao que somos no presente... tão diferentes)
Pelo meio, houve “uma noite só” com a E. num retiro espiritual, porque se proporcionou e o sentido de aventura assim o exigia. (Nunca mais soube nada dela)
Houve também a A. Sueca e talvez a miúda mais bonita que já conheci e que nem sequer foi “uma noite” mas mais uma madrugada. (Sim, gostaria voltar a encontrar)
Retomou-se então a S. anterior. Porque tinha que ser, porque para ela a história não estava fechada e eu, bem, eu precisava de acreditar. Naturalmente, não durou. (Não estou com a S há algum tempo mas lembro-me de a ter encontrado já casada, num casamento, e de ter ficado a pensar que poderia ser minha. Tenho a certeza de que é feliz, porque ambicionava felicidade)
Por esta altura surgiu a J. era amiga da S. Bastante mais nova do que eu, para aquela idade, e facilmente deslumbrável. Como tal, demasiado fascinada por mim e não podia durar. (Sou bom amigo do irmão dela, que é uma figura pública, e da última vez que me deu novidades da J. andava pelo mundo e mandava saudades)
Seguiram-se os anos das aventuras, apenas entrecortados pela M., namorada de 3 meses. Muito gira mas também demasiado miúda. (Deram-me notícias dela há pouco tempo, ia no 2º casamento)
Houve a M. e a N. numa noite de excessos na temporada em Barcelona. Houve a A., exótica, numa noite passada dentro do carro com os vidros embaciados. Houve a fixação pela G., espanhola que nunca me ligou de volta. Houve a S., diferente, que me ocupou o pensamento durante meses e se revelou uma desilusão.
Finalmente, na fase da procura pela estabilidade houve a S. Durou 4 anos, conhecemos parte do mundo junto e creio que fomos felizes a maior parte do tempo. Mas não estava destinado a ser o que, cada um por si, queríamos que fosse e por isso tinha que terminar.
E sim, este é um post demasiadamente nostálgico e também revelador ou íntimo (quase poderia ser de “gaja” – deve ser uma fase)... what’s next?
5 comments:
O que aconteceu à S.?
Hum...
Margarida,
A S. (última) espero que seja feliz, muito.
MM,
Hum... what?
E tu estás e és feliz? ;)
Já fiz assim uma retrospectiva mental da minha vida amorosa mas ficou por escrever.
Post a Comment