Ele era realmente capaz de apreciar o complexo como quem degusta, com intensidade, o sabor da pele exposta ao sol e aos aromas de um vento fresco vindo do lado do mar, num verão incaracterístico. Quando alcançava momentos de verdadeira paz de espírito, escrevia-lhe cartas de amor realçado pela sensação afrodisíaca da humidade da monção. Então, dedicava-lhe palavras próprias sentindo-se apaixonado por tudo o que ela lhe permitira descobrir sobre a vida e concluía-se feliz por terem chegado àquele estado. Ele era, definitivamente, arrogante mas também um estóico, perfeito à sua maneira. A idade havia-lhe ensinado que nem sempre a razão estaria do seu lado mas que os caminhos trilhados não significavam apenas um passado, contribuindo também para a certeza das decisões que viriam depois. Assim as confirmações tornavam-se relativas e a confiança ganhava uma energia influenciada pelos astros de que ela afirmava gostar. Foi por isso que persistiram em percorrer o mundo, cada vez mais próximos, encontrando-se em beijos bem carregados nas manhãs em que acordavam juntos.
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