Sim, eu confesso. Tenho trabalho acumulado suficiente para me afundar até às orelhas. Uma “ToDo list” interminável que em cada semana parece crescer uns 400%. Documentação para analisar e apresentações para preparar. Três ou quatro pessoas à espera que lhes dê um OK para prosseguirem o que começaram a fazer. E no entanto, este fim-de-semana vinguei-me. Dos últimos 11 dias de labuta incansável, entenda-se. Desforrei-me e passei todas as horinhas de papo-pró-ar. Num doce faz nada, fiel à encantadora expressão “dolce fare niente”. A beber caipirinhas numa praia, longínqua da metrópole. A comer amêijoas à Dom Bulhão Pato. A regar uma feijoada de marisco com um tinto novo. A conduzir Alentejo fora com converseta e boa música em pano de fundo ou simplesmente com os amiguitos a dormitarem presos pelo cinto-de-segurança. Fui ao Bairro e ao cinema também. Explorei as funcionalidades do telemóvel novo (sim, desta vez saiu-me um nokia – estou contrariado mas rendido à razão das maiorias). Naveguei pelos blogs vizinhos e devorei o da neurótica. Esparramei-me no sofá a ver o Desperate Housewives. Deleitei-me com joaquinzinhos de dimensões proibitivas segundo as normativas comunitárias – encarnando o infanticida-piscícola. Apanhei algum sol. Não cumpri os limites de velocidade na estrada e até li qualquer coisita do “Espesso”. Em suma, aproveitei algumas das coisinhas boas, únicas e fúteis deste Portugalzinho com o IVA ainda nos 19%.
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