Deception – que os imaginativos senhores-que-em-Portugal-se-encarregam-destas-coisas decidiram (vá-se lá saber porquê) nomear de “No Limite da Ilusão” é Ewan McGregor no seu melhor: auditor de carreira, cabelo sempre extremamente bem-penteadinho, pretensamente bem-comportadinho, solitário até à exaustão numa NY que poucos vislumbramos quando de visita, plena de escritórios de luzes acesas pela noite fora na Midtown, carregada de almas desgarradas, workaholics do capitalismo moderno. Uma cena preciosamente real na partilha de um charro com o senhor Australia, apenas possível a quem se dedicou à causa e sabe perfeitamente o efeito que induz num diálogo. Uma antevisão do que poderá trazer o futuro com um clube de sexo pelo sexo, anónimo, nos hotéis de Manhattan. O brilhantismo do personagem devidamente isolado em salas de reuniões e temido pelos pares das empresas a quem presta serviços. O cliché das diferenças entre as vidas dos outros, do outro lado do Atlântico, e a facilidade da felicidade sentida no quotidiano de uma Madrid representativa das características da Europa latina.
Não é um grande filme – acaba bem e andamos fartos de finais felizes – mas vale o tempo investido pelas 2 ou 3 ideias ou constatações que me deixou.
1 comment:
Não escreves e eu que venho cá de propósito encontro sempre este Post à minha espera.
Hoje decidi que ia pedir para escreveres mais qualquer coisinhã.
Mas só fazes se queres :P
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