Apanharam um táxi amarelo, direcção norte, na 1ª avenida. Tinham acabado de jantar no Yaffa Café e dado um passeio demorado por Tompkins Park, repleto de East Villagers a passear os caninos, onde ela parara para fazer festas a um cachorrito dálmata que achara encantador. Indicaram o nome do hotel ao motorista de turbante Sikh e afundaram-se no estofo de plástico. Ele tomou-lhe a mão direita e percorreu-lhe, vagarosamente, o antebraço com as pontas dos dedos. Ela olhava fixamente os prédios que lhe apareciam pelo vidro sujo, sentindo o movimento dos olhos, da direita para a esquerda, acompanhando o movimento do carro. Ao mesmo tempo, ele escrevia-lhe, com o indicador, o seu nome na palma da mão, com doçura. À altura das Nações Unidas, ela virou-se finalmente para ele e, enquanto observava o edifício, disse-lhe: “Tu vais ser o meu fim… porque será que não aprendes que tudo na vida pode passar de mau a pior!”. Deixou-o sem álibi.
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