Wednesday, May 5, 2010

As minhas aventuras na República Portuguesa (ou, eu quero o mundo privatizado)

Afortunadamente nunca tive que fazer projectos para clientes do Sector Público. Esta manhã em solidariedade com um colega dei por mim numa reunião numa Agência do Estado criada pelo nosso Primeiro. “Dei por mim” é como quem diz, porque antes da dita tivemos direito a todo um cerimonial de espera e contra-espera com direito a visita ao “bar” onde se concentra toda a produtividade inútil dos nossos funcionários públicos para um cafézinho matinal (às 10 horas da manhã, entenda-se). Entre a parcimónia da espera pelo 2º pequeno-almoço, deles, feito do pãozinho-de-leite com fiambre e rematado pelo belo do galão à portuguesa, encontrei uma preciosidade da arcaica realidade sindical, que não resisti em trazer como “recuerdo”:


De saída da dita reunião, que se prolongou por horas infindáveis sem objectivo aparente, dei por mim perdido no mais suburbano dos bairros sociais que já tive oportunidade de “visitar”. Prédios que mais parecem caixas de cartão, paredes muito sujas, gentes descuidadas à porta das casas. Manfios à porta do café-tasca do bairro, a palitar os dentes, com ar de quem vai devorar o incauto consultor perdido à procura da saída dali para fora.
Serviu-me a experiência para estabelecer que, nesta República Portuguesa, não troco a civilização do Business District por nada, e que os clientes do sector privado são o melhor que há.

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