Ele escrevia sem senso em novos ficheiros. Histórias de amor vividas ou imaginadas. Cenas a dois, românticas e apaixonadas. Momentos únicos para recordar. Ele deixava-se deslumbrar com tudo o que tinha para lhe dizer, mesmo em silêncio. Pequenas metragens por coreografar, os movimentos daqueles dois corpos prontos para agradar. E da sua janela perscrutava o céu com vontade de a amar. Ele sentia-se a divagar, por entre os personagens cuidadosamente criados, pelas altas horas da noite. A esperar por mais uma mensagem dela. Ele lembrava-se com desejo daquele corpo sedoso. Aquelas sensações absolutamente únicas antes da madrugada. O seu braço envolvendo-a enquanto ela dormia, profundamente. O acordar sobressaltado e com calor ao movimento brusco do corpo dela. O beijá-la no ombro redondo como a dizer “já gosto tanto de ti”. O olhá-la pela escuridão, enquanto se vestia. O caminhar pelo recanto, observando o banco no jardim onde tinham pousado horas antes, lábios nos lábios. E os pássaros a chilrear quando a noite ainda ia alta e ele já sentia saudades dela.
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