Contaste-me uma vez,
superficialmente, uma história de um amor adiado por muitos anos, de um
continente para outro, e eu fixei-te as palavras, como muitas vezes faço
contigo – é um exclusivo. Ninguém devia adiar amor, ainda menos décadas a fio.
Tenho para mim que amores adiados são momentos de vida, boa, desperdiçados.
Muitas vezes tenho esta sensação de estar a desperdiçar uma vida boa, quando o
que quero mesmo é construir uma história animada, não apenas com palavras. E
não devia fazer-nos confusão, mas a verdade é que vivemos encaixados nestes
corpos adestrados que não controlamos como devíamos e que muitas vezes se
submetem a razões improváveis que parecem querer sobrepor-se às sensações maravilhosas
do que sentimos.
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