Dizem-me que eu não compreendo (várias coisas) e é capaz de ser
verdade. Não compreendo e (muitas vezes) não aceito o deixar para trás, o
deixar passar o tempo e o deixar de investir. Na ressaca destes dias na
terrinha: tudo na mesma. Faz sol, faz-se ponte e o feriado que não era para ser
está enraizado. Há gente (a mais) à beira-rio, há dificuldades (as do costume)
para marcar jantares nos sítios que “estão a dar”. Vê-se gente gira, bem
vestida e arranjada, com expressões animadas e a querer saber da vida do
vizinho – como alguém me dizia, a crise é sustentada, quando as pessoas deixam
de se imiscuir na vida do vizinho, e isso não se nota… (pelo menos em Lisboa,
digo eu)
Na tertúlia dos meus, forma-se a corrente de opinião
de que o novo rumo tem pouca força, muita forca e que no final voltaremos ao
estágio inicial, endividados e sem um sentido para além do que faz o dia-a-dia,
com a diferença de que entretanto muitos fugiram ao destino – como tu… Eu
defendo-me, não fugi, convidaram-me para ir para fora, antes do tempo. Se cá
estivesse (é sempre fácil começar uma ideia assim), apostava a sério no futuro
plausível: sol, praia, boa comida e serviços geriátricos. Eu sei que lhes faz
impressão, mas o momento (o último) é mesmo de mudar o paradigma, a sociedade a
que estávamos habituados devia deixar cair o modelo do crescimento e
empenhar-se (emprenhar-se) no da qualidade de vida, sabendo que esta se vai
prolongando à medida que vamos evoluindo. É que quem não tem população em
multiplicação pode encontrar uma nova fonte de equilíbrio, menos imediata é
certo, mas com mais charme.
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